sábado, 29 de novembro de 2008

Regresso adiado!

Até voltar às "postagens" regulares sugiro a leitura deste link!

http://globalsociology.edublogs.org/2008/11/24/the-globalization-of-crime/

Até breve!

domingo, 26 de outubro de 2008

Liberdade....ou liberdades

"Em Janeiro de 1990, os detectives Blythe, Militello, Barnes, Borriello e Campione interrogaram Shawcross a respeito do assassínio de duas crianças. Shawcross repete quase ipsis verbis as suas confissões de 1972, em Watertown - não há traços de canibalismo nem de mutilação post mortem:
- Art - pergunta o detective Blythe - tiveste relações com esse rapaz? - Não - responde Shawcross.
- Conhecia-lo bem? - Ia pescar muitas vezes com ele. - E a miudinha, podes dizer-nos como era?
- Sim, tinha cabelos louros ou castanhos claros, que lhe chegavam aos ombros.
- Era desenvolvida para a idade? Tinha seios?
- Já não me lembro. Mas era de estatura média.
- Era bonita?
- Sim.
- E onde é que isso aconteceu exactamente?
- Perto de Mill Street, em Watertown. Estava a pescar lá há cerca de duas horas, na confluência com o Black River. Estava um dia muito bonito. E vi-a. Perguntei-lhe se não tinha medo de estar sozinha e ela respondeu-me que ia ali muitas vezes.
- Quanto tempo ficaste com ela?
- Não mais de dez ou quinze minutos.
- Como estava vestida?
- Penso que tinha uns calções. Ou talvez umas calças.
- Tiveste relações sexuais com ela?
- Sim.
- E ela ainda estava viva?
- Sim.
- Estavas despido?
- Não, baixara as calças.
- E ela estava deitada no chão?
- Não. Penso que estava inclinada para a frente.
- Tiraste-lhe a roupa?
- Apenas os calções ou as calças que estavam baixados.
- Penetraste-a por trás?
- Sim. Penetrei-a com a minha piça.
- Sei que é difícil para ti contares-nos tudo isso - diz o detective Millitello - e quero dizer-te que apreciamos a tua ajuda.
- Tento esquecer o passado… - suspira Shawcross.
- Onde estavas quando a estrangulaste? - continua Blythe - Continuavas a penetrá-la?
- Ela estava de pé quando a matei.
- E tu pensas que ela te seguiu porque queria ter relações contigo?
- Não, não penso, porque ela chorava e sangrava ao mesmo tempo. ..Quando a vi, não ouvi mais ruído algum em meu redor. Tudo estava silencioso. A luz do dia tornou-se mais brilhante e pensei que se tratava da minha irmã Jeannie...Comecei por obrigá-la a fazer-me uma felação antes de a violar. Ela tinha medo. Gritava. Depois, ao ver o que tinha feito, estrangulei-a. A luminosidade desapareceu e cobri o cadáver com entulho e pedras, antes de abandonar o local.
Sem que os investigadores lho peçam, Arthur Shawcross menciona as relações incestuosas que o ligavam à sua irmã Jeannie:
- Um dia, contei à minha mãe que a minha irmã e eu éramos mais do que simples irmão e irmã.
- Que contaste à tua mãe?
- A minha irmã Jeannie é três anos mais nova do que eu. Agora, está casada com um militar e viveram muito tempo na Grécia. (Hesita, fica silencioso durante um instante).
- Tinhas relações com ela?
- Não, chupava-a apenas e acariciava-a. Isso durou três anos, até ela fazer 17.
- E, ela fazia-te o mesmo?
- Não, não. Ela deixava que eu fizesse mais nada.
Interrogada em seguida, a irmã de Shawcross, Jeannie Williams, nega, terminantemente, ter tido quaisquer relações sexuais com o irmão.

No caso das mortes das duas crianças, Shawcross mostra mais uma vez a sua habilidade. Faz um acordo, que as autoridades judiciárias nunca deveriam ter aceitado, em troca das suas confissões voluntárias sobre os dois crimes, visto que não existe qualquer prova que o ligue directamente a esses dois delitos.
É condenado a vinte e cinco anos de prisão, apenas pelo assassínio de Karen Ann Hill. Não é pronunciado pelo assassínio de Jack Blake nem pela violação da adolescente.
Prometem aos pais das vítimas que Shawcross não sairá da cadeia antes do fim da pena e que a comissão encarregada das liberdades condicionais nunca libertará um criminoso daquele calibre, tanto mais que cometeu os crimes quando estava em liberdade condicional.”

Sabemos como foi cumprida esta promessa.....

Mais uma vez.....a história repete-se.....e um criminoso perigoso e reincidente é posto em liberdade, quando toda a lógica e sentido de responsabilidade ditavam, exactamente, o contrário.
Cada vez mais, em Portugal, esta é uma realidade de todos os dias...onde já se pode agredir a tiro, mesmo dentro das esquadras e sair em liberdade.

Estranhos tempos e estranhas formas de vida. Viva a Liberdade!!!


In “Serial Killers” (2000)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Este tipo de criminalidade é das que mais me preocupa...

O Tribunal de Monsanto, em Lisboa, condenou hoje o líder nacionalista Mário Machado a quatro anos e dez meses de prisão efectiva, nomeadamente pelo crime de discriminação racial.O acórdão do julgamento de Mário Machado refere que este activista conotado com a extrema-direita foi também condenado pelos crimes de coacção agravada, detenção de arma ilegal, ameaça, dano e ofensa à integridade física qualificada.A leitura do acórdão do julgamento do líder nacionalista e de outros 35 arguidos acusados de discriminação racial está a decorrer no Tribunal de Monsanto.Os 36 arguidos, conotados com o movimento "skinhead", foram pronunciados a 29 de Novembro de 2007 pelo crime de discriminação racial e outras infracções conexas, incluindo agressões, sequestro e posse ilegal de armas, após uma investigação da Direcção Central de Combate ao Bandistismo (DCCB) da Polícia Judiciária, sob a direcção do Ministério Público.Durante as buscas realizadas pela DCCB, na fase de investigação, foram apreendidas diversas armas de fogo, munições, armas brancas, soqueiras, mocas, batões, tacos de basebol e diversa propaganada de carácter racista, xenófobo e anti-semita.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Uma cidadã portuguesa foi detida em Londres minutos depois de casar com imigrante ilegal

Uma jovem portuguesa de 21 anos foi detida em Londres minutos depois de casar com um imigrante nigeriano, por alegadamente estar a ajudá-lo a entrar de forma ilegal no país. A portuguesa já foi libertada e aguarda uma formalização da acusação.
A detenção ocorreu a 17 de Setembro mas só agora foi divulgada pela polícia britânica, como um exemplo da forma como as autoridades estão a combater a imigração ilegal.
A mulher, cuja identidade não foi revelada, estava ainda vestida com o seu traje de noiva, quando foi parada à porta de uma igreja em Dulwich, no sul de Londres, num carro com dois homens, mas nenhum não era o novo marido.
A polícia só agiu porque o Ford Mondeo onde seguia a cidadã portuguesa foi identificado como procurado pelas autoridades.
Um dos homens que se encontravam no interior tinha cadastro criminal e também foi detido, contou à Agência Lusa um porta-voz da Polícia Metropolitana de Londres.
Os agentes desconfiaram do casamento quando se aperceberam que o noivo, um nigeriano de 37 anos, tinha saído separadamente da igreja, numa outra viatura. Foi detido, aguardando a deportação para o país de origem.
A portuguesa foi entretanto libertada e aguarda o fim das investigações, que deverão resultar na acusação de ajudar um imigrante a entrar de forma ilegal no país. Um porta-voz da Agência para as Fronteiras adiantou que, dependendo da acusação, a mulher pode incorrer numa pena até 14 anos de prisão.
A jovem está a residir temporariamente na casa de amigos em Southwark, também no sul de Londres.
O caso deverá ser reavaliado a 6 de Novembro para determinar se vai a julgamento. A polícia está convencida de que tem elementos suficientes para avançar para o tribunal. "Estamos bastante confiantes de que o casamento era falso", disse à Lusa a mesma fonte policial.
O caso mais recente de casamentos envolvendo imigrantes ilegais, referiu, aconteceu na Escócia e o "facilitador" foi condenado a dois anos de cadeia.
Legislação introduzida recentemente no Reino Unido determina que extra-europeus sem autorização de residência têm de pedir por escrito uma autorização para casar.
De acordo com o ministério do Interior, só no ano passado foram identificados 400 casos suspeitos, número inferior aos 3500 registados em 2004.

Em resumo... este casamento não teve direito a lua-de-mel!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Entrevista da Folha de S.Paulo ao sociólogo francês Loïc Wacquant

Ataques como os do fim de semana devem ocorrer de novo e só podem ser evitados se as elites políticas brasileiras e o governo do país contra-atacarem no campo social, não no criminal. Polêmica, essa é a opinião de um especialista no assunto: Loïc Wacquant, 46, professor de sociologia da Universidade da Califórnia em Berkeley e pesquisador do Centro de Sociologia Européia em Paris.Francês, ganhador do prêmio da Fundação MacArthur, o "prêmio dos gênios", ele estudou no Brasil as desigualdades sociais, o sistema carcerário e o judicial, visitas que renderam livros como "As Prisões da Miséria" (Jorge Zahar, 2001), "Punir os Pobres - A Nova Gestão da Miséria nos EUA" (Freitas Bastos Editora, 2001) e "As Duas Faces do Gueto" (sai em setembro pela Boitempo Editorial).

A seguir, os principais trechos da entrevista à Folha:

Folha - Por que a situação em São Paulo chegou a esse ponto?
Loïc Wacquant - Porque nas últimas décadas as elites políticas brasileiras têm usado o estado penal --polícia, tribunais e sistema judiciário-- como o único instrumento não só de controle da criminalidade como de distribuição de renda e fim da pobreza urbana. Expandir esse estado não fará nada para acabar com as causas do crime, especialmente quando o próprio governo não respeita as leis pelas quais deve zelar: a polícia de São Paulo mata mais que as polícias de todos os países da Europa juntos, e com uma quase impunidade. Os tribunais agem sabidamente com preconceito de classe e raça. E o sistema prisional é um "campo de concentração" dos muito pobres. Como você pode esperar que esse trio calamitoso ajude a estabelecer a "justiça"? A manutenção do que chamo de estado penal só faz com que a violência institucionalizada alimente a violência criminosa e faça com que as pessoas tenham medo da polícia. Cria um vácuo que o crime organizado sabe muito bem preencher. Isso permite a eles que cresçam e sejam tão poderosos e ousados a ponto de desafiar abertamente o Estado e seu monopólio do uso da violência.
Folha - O sr. acha que os ataques acontecerão de novo?
Wacquant - Sim, pode-se prever que acontecerão de novo e de novo, pelo menos enquanto as elites políticas se recusarem a encarar de frente as desigualdades vertiginosas. Nenhuma sociedade democrática na face da Terra pode combater o crime apenas com seu aparato policial-judiciário. Quais os remédios? Os de sempre: educação, emprego, seguro para os desempregados e uma rede social para os mais pobres. O Brasil paga com violência criminal sua recusa injustificável de encarar sua desigualdade social.
Folha - Uma política de "tolerância zero", a la Rudolph Giuliani quando prefeito de Nova York, poderia ajudar a resolver o problema?
Wacquant - Seria um erro duplo. Primeiro porque a queda espetacular do crime em Nova York não teve nada a ver com a política de "tolerância zero" de Giuliani, já estava em curso quando o prefeito apareceu na cena e acontecia em outras cidades norte-americanas e mesmo canadenses, em lugares que não aplicaram tal política. Segundo porque, no Brasil, aumentar o poder da polícia equivale a restabelecer a ditadura sobre os pobres e a destruir ainda mais as bases democráticas do Estado.
Folha - E a pena de morte?
Wacquant - Nunca teve efeito definitivo em crimes violentos em nenhum país, por que haveria de ter no Brasil? Por que bandidos profissionais, que estão na indústria da violência, temeriam a morte quando eles a vêem diariamente ao redor deles, quando eles matam e são mortos rotineiramente?
Folha - O sr. esteve no Brasil algumas vezes. Teve medo?
Wacquant - Estive sete vezes na última década. Percebi uma mudança significativa ao longo desse período, com o medo da violência crescendo e se espalhando. Se as elites não se movimentarem, esse medo jogará o país em um ciclo vicioso e mortal.O presidente Lula declarou em Viena, no último fim de semana, que a causa da violência é a falta de programas sociais. Ele está certo, mas são só palavras. Agora, nós precisamos ver as ações, e elas estão no campo social, não no campo criminal.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sindicato alerta para risco de processos-crime prescreverem por falta de funcionários

O Sindicato dos Oficiais de Justiça exigiu hoje mais formação e melhores condições de trabalho para os funcionários dos tribunais e alertou para o risco de prescrição de vários processos-crime "por falta de quadros"."As condições de trabalho são efectivamente importantes e é aqui que nós entendemos que devemos focalizar a nossa acção. Compreendemos o estado que o país atravessa, por isso as nossas exigências passam por mais formação e melhores condições de trabalho", disse o presidente do sindicato, Carlos Almeida, em conferência de imprensa. De acordo com o sindicalista, a formação "deve ser valorizada" de modo a que "pudesse ser considerado como requisito de ingresso numa licenciatura".O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça frisou que oficiais de justiça e magistrados são, neste momento, vítimas de "uma lógica de funil". Nas contas de Carlos Almeida faltam actualmente 1200 funcionários judiciais e o Ministério da Justiça é alvo de crítica por "apostar nas movimentações feitas ao abrigo de uma discricionariedade que é legítima, mas destituída de critérios objectivos". O dirigente sindical estabeleceu um paralelismo entre o número de funcionários e o número de polícias que, segundo o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, ingressarão no próximo ano nas forças de segurança. "Hoje em dia é referenciada a falta de polícias quando, quase à pressa, há uma promessa de que entrarão mais polícias e temos que perceber o seguinte: entrando mais polícias vão, efectivamente, obter mais resultados e obviamente serão mais processos, mas quando esses processos entrarem nos tribunais não estarão lá os oficiais de justiça e os magistrados para lhes darem resposta", alertou. "Estamos numa lógica do imediato e daqui a cinco, seis anos, vamos obviamente ter situações às quais os tribunais não poderão dar uma resposta", acrescentou. Carlos Almeida afirmou que "a médio prazo se perspectiva o aumento do número de processos prescritos".

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mais um crime violento no país...

... o preço dos combustível continua pela hora da morte!

Quanto a mim, as pseudo-justificações dadas pela Galp, BP e outras que tais, para não baixar os preços dos combustíveis, são verdadeiramente criminosas! Concordam comigo?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Imigrantes condenam discursos "simplistas" que imputam aos estrangeiros o aumento da criminalidade em Portugal

A Plataforma das Estruturas Representativas das Comunidades Imigrantes em Portugal (PERCIP) condenou hoje "a forma sistemática e pouco rigorosa com que vem sendo imputado" aos estrangeiros um aumento da criminalidade no país."Atribuir a criminalidade e o seu aumento aos imigrantes é um discurso simplista e a questão não se resolve tentando arranjar bodes expiatórios", defende Paulo Mendes, presidente da PERCIP, que hoje divulgou um comunicado sobre esta questão.Segundo a PERCIP, não existe nenhum dado que diga que a presença de imigrantes leva a um aumento da criminalidade, uma vez que os estudos concluem que os imigrantes apresentam uma menor propensão para a prática criminal do que os cidadãos nacionais. Paulo Mendes, que também preside à Associação de Imigrantes dos Açores (AIPA), lamentou, ainda, que "basta um cidadão estrangeiro cometer um crime para logo se inferir que os imigrantes são os principais responsáveis pelo aumento da criminalidade". "É um discurso muito fácil de produzir e que pensam resolver o problema", criticou, sublinhando que os imigrantes representam cerca de cinco por cento da população residente e dez por cento da população activa em Portugal.Para apelar "ao bom senso" na abordagem e apresentação de medidas integradas de combate à criminalidade, Paulo Mendes adiantou que a PERCIP vai enviar uma carta aos partidos políticos, Presidente da República, primeiro-ministro e presidente da Assembleia da República.

domingo, 14 de setembro de 2008

Indícios de corrupção na empresa “Estradas de Portugal”

A Polícia Judiciária está a investigar suspeitas de corrupção e de participação económica em negócio por parte de altos quadros da empresa Estradas de Portugal. O processo, que se encontra na Direcção Central de Combate ao Crime Económico, dirigido pelo juiz Moreira da Silva, começou na sequência de uma averiguação preventiva suscitada por informação recolhida que apontava para aquele tipo de ilícitos.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Apaixonou-se pelo sogro e deixou que lhe matasse a filha

Uma equipa de mergulhadores da Polícia israelita encontrou, esta quinta-feira, num rio em Telavive, uma mala vermelha na qual se acredita que estejam os restos mortais de Rose Pizem, de 4 anos, desaparecida desde Maio.
O objecto, de cor vermelha, coincide com a descrição feita por Ronny Ron, avô de Rose e actual companheiro da mãe da menina, de que teria colocado o corpo da criança dentro de uma mala, depois de a matar, e a atirou para o rio Yarkon, em Telavive.
Embora os especialistas forenses ainda não tenham feito qualquer análise, a Polícia informou que encontrou ossos dentro da mala.
Forças de segurança e voluntários realizavam buscas há algumas semanas na área da cidade de Netânia, dezenas de quilómetros mais ao norte, assim como no rio, à procura do corpo de Rose, de origem francesa.
O seu avô começou por confessar o assassinato, mas, na passada terça-feira, afirmou que foi forçado a confessar o crime. O seu advogado disse, inicialmente, que Ron matou Rose num ataque de fúria, após uma discussão com a mãe da menina, Vivien Yaakov, que não quis deixar a menor sob responsabilidade de Ron durante um longo período de tempo.
O chefe nacional de Polícia de Israel, Dudi Cohen, declarou, ontem, que a acusação de Ron e da mãe de Rose, Marie-Charlotte Renault, não é uma prioridade e pediu tempo para agir com cautela numa investigação que definiu como "complexa".
Renault não denunciou o desaparecimento da menina e, aparentemente, não voltou a perguntar a Ron por ela, depois dele lhe ter tido que a tinha enviado para uma instituição francesa.
Segundo a imprensa local, os pais de Rose casaram-se antes de completarem 20 anos em França, onde a menina nasceu. Depois, o casal visitou Israel, onde a mãe de Rose conheceu seu sogro israelita, por quem se apaixonou, e decidiu abandonar o pai da menina para viver no Estado judeu.
Rose regressou, então a França com o pai, mas a mãe conseguiu a sua guarda depois de ter sabido que o ex-marido descuidava da educação da filha e até abusava dela.
A menina foi transferida para Israel, em Dezembro do ano passado, para morar com a sua mãe e e o seu avô.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Finalmente uma decisão justa!

O Tribunal da Coroa de Maidstone declarou ontem inocentes seis activistas britânicos da organização ecologista Greenpeace, acusados de terem parado o funcionamento da central a carvão Kingsnorth, em Kent, numa campanha contra as emissões poluentes e as alterações climáticas.Em Outubro do ano passado, cinco dos activistas escalaram a uma chaminé com 200 metros de altura e pintaram o nome do primeiro-ministro (Gordon). Os activistas eram acusados de terem causado um prejuízo de 37 mil euros à companhia EON, proprietária da central.A defesa declarou-se inocente porque disse que tentaram evitar que as alterações climáticas causassem danos maiores à propriedade em todo o planeta. Segundo o "The Guardian" online, este foi o primeiro processo onde a defesa utilizou como "justificação legal" a tentativa de evitar danos causados pelas alterações climáticas.O julgamento contou com os testemunhos de vários cientistas na área do clima – incluindo o norte-americano James Hansen, da NASA, e conselheiro de Al Gore -, de um líder Inuit da Gronelândia e do conselheiro ambiental do Partido Conservador britânico, Zac Goldsmith. Segundo a Greenpeace, a central de Kingsnorth emite 20 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por dia, ou seja, a mesma quantidade de CO2 do que a que é emitida pelos 30 países menos poluidores do mundo juntos. Apesar disso, o Governo britânico tem planos para construir uma outra central ao lado de Kingsnorth.A organização considera a decisão um “grande golpe para os planos do Governo britânico de construir novas centrais a carvão”, por parte do Tribunal da Coroa.“O veredicto significa que o tribunal acredita que encerrar uma central a carvão se justifica no contexto dos danos à propriedade causados pelas emissões de Kingsnorth”, acrescenta a organização, em comunicado. James Hansen disse em tribunal que mais de um milhão de espécies poderão desaparecer por causa das alterações climáticas e calculou que Kingsnorth será proporcionalmente responsável pelo desaparecimento de 400 dessas espécies. “Alguém precisa de avançar e dizer que tem de existir uma moratória, traçar um risco no chão e dizer chega às centrais a carvão”, afirmou James Hansen.Segundo a Greenpeace, em Agosto a Poyry (agência de consultoria energética europeia) lançou um relatório segundo o qual o Reino Unido pode satisfazer as suas necessidades energéticas sem o carvão.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nova lei das armas pode deixar-nos de "calças na mão"!

O ministro da Administração Interna acredita que a proposta de alteração da Lei das Armas, hoje aprovada em Conselho de Ministros, será um "contributo válido" no combate à criminalidade violenta. Em conferência de imprensa, Rui Pereira disse hoje estar certo que "esta proposta vai constituir um contributo muito válido e significativo no combate à criminalidade violenta".O Governo aprovou hoje o novo regime jurídico das armas, que prevê a aplicação da prisão preventiva em todos os casos de crimes cometidos com detenção ou com recurso a arma proibida. "A proposta de lei prevê a aplicabilidade da prisão preventiva em todos os casos de crimes de detenção de arma proibida e de crimes com recurso a arma", declarou o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, no final do Conselho de Ministros.O novo diploma prevê a possibilidade de detenção (fora ou em flagrante delito) dos agentes de "crimes de posse de arma proibida ou de crimes cometidos com recurso a arma". O ministro da Administração Interna explicou que a proposta de lei "prevê, em primeiro lugar, o agravamento das penas para uso e porte de arma que serão, em todos os casos, superiores a três anos no seu limite máximo".Está previsto, igualmente, o agravamento das penas para os crimes com recurso a armas em "um terço nos seus limites mínimos e máximos". O governante sublinhou, também, que a proposta apresentada contém "uma inovação", uma vez que "há crimes que podem ser praticados com armas que não façam parte do conceito de criminalidade violenta".

Querem ver que vamos ter de deixar de usar cinto nas calças, pois este objecto pode passar a ser considerado uma arma potencial para crime violento?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aumento da criminalidade violenta...

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou ontem que o Governo respondeu à sucessão de crimes violentos registados no país que criou um sentimento de insegurança em Portugal e refutou as críticas ao seu silêncio, sustentando que "falou quem devia falar". Será que algum dia vamos poder criminalizar quem falar só para “encher chouriços”?

Sérgio Mazina Martins - Discurso de encerramento dos trabalhos

O programa de nosso evento previa, neste instante, o espaço para o encerramento de nossas atividades do 14º Seminário Internacional do IBCCRIM. Porém, na conclusão desses quatro dias de debates sobre as ciências criminais, a palavra que se invoca não é aquela de encerramento do que quer que seja, sequer de despedida, mas, precisamente, seu avesso.
Nesses quatro dias em que todos estivemos aqui reunidos, ouvindo e debatendo idéias com mais de uma dúzia de professores internacionais, e com quase meia centena de grandes mestres e pensadores brasileiros, talvez a grande lição a ser extraída desse enorme encontro seja, precisamente, aquela de que precisamos mais que nunca insistir, continuar e prosseguir juntos e unidos na busca e na construção de uma sociedade mais justa, mais pluralista, porém e sobretudo, mais tolerante.
Uma vez o historiador Eric Hobsbawn frisou que, a certa altura de suas tumultuadas revoluções, o século XIX havia redescoberto a “mais antiga de todas as tradições ideológicas humanas: a crença de que o homem é naturalmente um ser comunitário”. De fato, entenderam os revolucionários de então, e assim bem os leu seu historiador, que os homens naturalmente vivem juntos e se ajudam mutuamente. Disso resulta que a sociedade não é simplesmente uma contratação lamentável para que o homem possa fazer o que bem lhe agrada, mas, ao contrário, o verdadeiro cenário de sua vida, de sua felicidade e de sua individualidade e, portanto, o “locus” excelente de sua humanização: a sociedade não um espaço de mero e rápido trânsito, mas, sim, seu verdadeiro e mais primitivo lar. Nascer e viver, portanto, são experiências tocadas pela imanência do coletivo.
Fazer história nem sempre é inventar lições: às vezes é também o exercício de redescobri-las, ou da singela memória de sua sabedoria.
Talvez por acaso — ou, quem sabe, não por acaso — nos seus quinze anos de existência o IBCCRIM reacendeu essa lição antiga da união, da conversa e da convivência. Hoje, como sempre, estar no IBCCRIM é, portanto, estar junto. Antes éramos alguns que defendiam idéias e que pontuávamos uma crítica esparsa e difusa e, por isso mesmo, sumamente frágil. Por certo, mais que todos os outros ensinamentos, a trajetória do IBCCRIM nesses quinze anos reacendeu o ensinamento da construção de um teto, de uma casa comum que pudesse nos abrigar e reunir a todos. Fosse dado sintetizar — embora sem reduzir — poder-se-ia talvez dizer que aquilo que o IBCCRIM mais nos ensina e demonstra é que a ninguém — absolutamente a ninguém — é dado pensar e criar sozinho. O pensamento não simplesmente reclama: ele de fato é a própria alteridade.
Imaginamos equivocadamente, no início, que fossemos poucos: a ata de fundação do IBCCRIM tinha pouco mais de noventa nomes e isso já então nos entusiasmava. Quinze anos depois, no entanto, os números multiplicaram-se extraordinariamente e, hoje, o IBCCRIM reúne mais de 4.300 associados que se distribuem por todos os Estados da Federação, a maior parte, aliás, fora de seu Estado-sede, o que bem frisa a nacionalidade de nosso instituto. Nossas várias publicações veicularam dezenas de milhares de trabalhos e estudos acadêmicos, das mais diversas matizes científicas, realizando extraordinariamente o estatuto da interdisciplinariedade que se documenta na própria história de nosso Instituto. Consagram-se e multiplicam-se os cursos, seminários e eventos realizados pelo ou com o IBCCRIM, consolidando-se ou ampliando-se iniciativas como nosso curso de Direito Penal Econômico ou nosso Curso de Direito Fundamentais, ambos realizados em parceria com renomados institutos da Universidade de Coimbra, ou como nosso recém-lançado curso de pós-graduação em Criminologia, instalado há apenas alguns dias e após cuidadoso credenciamento junto ao MEC. Enriquecem-se nossos repertórios científicos, com a formação da mais atualizada biblioteca de ciências criminais do Brasil, cujos acervos bibliográfico e videográfico se disponibilizam aos associados de todas as partes do País. Afirma-se o site do IBCCRIM como o mais especializado meio de comunicação brasileiro em ciências criminais disponível na Internet, para acesso rápido e cômodo de qualquer parte do planeta.
Uma trajetória, um caminho em que foram a cada dia se agregando mais e mais amigas e amigos. Em 1995, ao realizarmos nosso 1º Seminário Internacional, redescobrimos que nas fronteiras, enquanto vizinhança, é que as idéias ainda mais se fortalecem, eis que as idéias são também, e necessariamente, laços e trocas. Desde então, o Seminário Internacional do IBCCRIM passou a recepcionar visitantes, com quem estabeleceu amizades cada vez mais íntimas e fortes, descobrindo sempre que a diferença não é uma distância, mas, bem ao contrário, necessariamente um forte argumento para a proximidade e para o diálogo.
Pelo Seminário Internacional do IBCCRIM, a cada ano, mais e mais visitantes foram assim surgindo e mais e mais irmandades foram sendo construídas. E parentesco é bem o caso, a começar por aquele mais caseiro que nos ofertam Portugal e sua Universidade de Coimbra, sempre representada na pessoa do eminente Prof. Jorge de Figueiredo.
Parentesco, ainda, com nossos amigos e irmãos da comunidade de língua portuguesa, especialmente d’África, terra de que também viemos e que tanto nos diz.
Parentesco, afinal, com nossos irmãos latino-americanos que, ao longo desses 14 Seminários Internacionais, sempre estiveram aqui presentes. Terras comuns: realidades também comuns, compartilhadas em experiências históricas por vezes trágicas, violentas e autoritárias, mas sempre capazes de ruidosos renascimentos. O Seminário Internacional do IBCCRIM consagra-se como um espaço para que todos nós, latino-americanos, possamos experimentar o exercício de dar os braços uns aos outros, erguendo uma irmandade forte e que, neste evento de 2008, se registra no retorno e na presença, entre nós, desses dois queridos amigos que são Luis Fernando Niño e Stella Mariz Martinez.
Enfim, o IBCCRIM construiu seu Seminário Internacional — podemos dizê-lo — a sua própria imagem e semelhança. Nada o confirma mais que a abnegada dedicação de seu corpo de trinta e dois funcionários que, vencendo o cansaço, os mais extraordinários contratempos, os problemas e as situações as mais imprevistas, outra vez dão o exemplo de jovialidade e simpatia que nos anima e faz, como sempre fez, continuar adiante. A equipe de funcionários e colaboradores — aqui sinteticamente representada pelo Presidente da Comissão Organizadora do evento, Dr. Carlos Vico Mañas — há de se reservar todos os agradecimentos por esse magnífico evento que certamente expressa o espírito de equipe e de criativa solidariedade que nosso corpo de funcionários é detentor.
O número recorde de participantes inscritos neste evento de 2008 mostra não somente a grandeza, mas também a certeza desse caminho inaugurado em 1992 por dois meninos — hoje aqui presentes neste auditório — que então descobriram que o segredo da jovialidade é, precisamente, a disposição de aprender e inventar, mas, desde que se aprenda e invente junto. Ao chegar à conclusão desse 14º Seminário Internacional, com esses tais meninos Alberto e Ranulfo, descobrimos que nosso evento é, como o próprio IBCCRIM, uma obra coletiva. Neste ano de 2008 temos não apenas o recorde de 1.015 participantes, porém, mais que isso, a gratificante confirmação de que estamos juntos precisamente porque nosso ideário sempre foi — e continua sendo —, bem a propósito, o ideário de um mundo que somente vale a pena de ser vivido na medida em que possa ser realmente compartilhado, para todos.
Estão, desse modo, concluídos os trabalhos do 14º Seminário Internacional do IBCCRIM.
Um forte abraços para todos vocês.
Sérgio Mazina Martins
1º VICE-PRESIDENTE DO IBCCRIM

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Seminário internacional de Ciências Criminais

Começou ontem em São Paulo o 14.° seminário internacional organizado pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, com 1.000 participantes, a maior parte brasileiros, mas também juristas e cientistas sociais de países europeus e sul-americanos. Dos países africanos, apenas estava eu, infelizmente. O presidente da directoria executiva, Doutor Alberto Silva Franco, fez uma breve introdução. Em síntese, referiu-se ao papel dos operadores jurídicos numa sociedade marcada pelas desigualdades sociais, pelos excluídos, pelas cidades de miséria (sic). Sumarizo uma parte do que ele disse: se é real a sociedade em que vivemos, não é menos real a sociedade de que carecemos. Temos de ousar a utopia, temos de acreditar que a realidade não é destino, temos de acreditar que as coisas se modificam no preciso momento em que julgamos que não, temos de saber usar o pensamento crítico e perturbador (sic), ainda que seja apenas um só a protestar contra as injustiças sociais.
(Texto retirado do Blog de Carlos Serra – Diário de um sociólogo).

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Nova legislação?

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, promulgou as Leis de Segurança Interna e de Organização de Investigação Criminal, confirmou à agência Lusa fonte da Presidência da República. O presidente da Associação Sindical dos Juizes Portugueses (ASJP), António Martins, mostrou-se hoje preocupado com a entrada em vigor da nova legislação devido ao seguinte motivo: “Passa a haver um elemento político com acesso a toda a informação criminal, o que é perigoso num Estado de Direito. Tenho mesmo dúvidas que não sejam violados princípios constitucionais”.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Biografia de um dos mais perversos Serial Killers do século XX

“A dor é magnífica, ao menos que não doesse tanto” (cit. Bourgoin, 1997).
No ano de 1870 nasce Hamilton Fish em Washington D.C., no dia 19 de Maio.
Aos 5 anos o seu pai morre e a mãe vê-se obrigada a interná-lo num orfanato, pois não possui recursos económicos que permitiam mantê-lo. No orfanato, Fish é submetido a vários abusos de cariz físico e sexual, o que deve ter contribuído, em grande parte, para o desenvolvimento do gosto pela perversidade e pelo sadomasoquismo. Albert é, frequentemente, castigado pelo director do orfanato, o qual, açoita as crianças despidas. O pequeno Fish sente um prazer enorme ao ser castigado, de tal forma, que os colegas o gozam, pois as flagelações provocam-lhe sempre uma erecção. “Sempre tive vontade de infligir dor aos outros e de que os outros me fizessem sofrer também. Durante toda a minha vida, adorei tudo o que magoava” (Fish, 1880). No entanto, há que, também, ter em conta os seus antecedentes familiares ou genéticos; pois foram vários os elementos da sua família mais próxima (7 de parentesco directo) que padeceram de distúrbios mentais, alguns acabaram os seus dias em instituições de saúde mental.
Aos 9 anos, quando a mãe vai buscá-lo ao orfanato, ele caí de uma cerejeira e magoa-se, seriamente, na cabeça.
Hamilton Fish acaba o liceu com 15 anos e, por volta, dessa altura, resolve mudar de nome devido ao constante gozo a que era submetido pelos colegas que lhe chamavam "Ham and Eggs". Muda para - Albert Fish.
Em 1882, Fish conhece um jovem telegrafista que o excita contando-lhe histórias acerca das suas aventuras sexuais nos bordeis. Inicia uma relação homossexual com este indivíduo que o inicia, também, noutras práticas como, por exemplo, beber urina e comer excrementos.
Por volta de 1890 fixa-se em New York e torna-se prostituto. Nesta época ele começa a frequentar os banhos públicos e as piscinas no intuito de observar as crianças. É durante este período que ele viola o seu primeiro miúdo.
O ano de 1898 é marcado por uma ida a um museu de cera onde contempla um quadro médico que apresenta a bissecção de um pénis. Este quadro afecta-o, de tal forma, que ele retorna, vezes sem conta, a este museu, onde fica horas diante do falo cortado em dois.
Um ano depois, Albert Fish casa-se com uma rapariga 9 anos mais nova do que ele. Deste matrimónio iriam nascer 6 filhos. Temos que registar, aqui, que Fish foi sempre um bom pai para os filhos. Embora, muitas vezes, se afirma que um psicopata não se interessa pelos filhos e que no máximo finge comportamentos de afecto, quando está na presença de estranhos ao ciclo familiar mais restrito, pois no anonimato do lar essa necessidade de preservar a sua imagem desaparece. Isso não quer dizer que não defenda a sua prol. Esta situação acontece, não por os amar como filhos, mas porque estes são parte de si mesmo. Desta forma, pode suceder que o psicopata acarinhe os filhos e, outros descendentes, não por razões altruístas, mas por razões, puramente, egoístas.
Fish, também, adorava os seus 5 netos, no entanto, sempre de uma forma perversa como demonstra uma carta dirigida à pequena Mary Nichols. Expomos aqui alguns excertos: “Minha querida e adorada Mary, a queridinha do papá.
Recebi a tua adorável cartinha. Há muito que deveria ter-te respondido (…). Assim, a minha queridinha adorada vai fazer 18 anos no dia 28, gostaria muito de estar presente, porque sabes muito bem o que te daria. Esperaria que estivesses deitada na tua cama, para ir ministrar-te 18 boas palmadas no teu traseiro nu (…). Espero que a tua querida mamã que adoro e continuo a amar esteja bem.”
Anos depois Mary Nichols foi chamada a depor como testemunha de defesa do avó: “Nessa época eu tinha 12 anos e ele obrigava-nos a jogar ao Buck Buck, How many hands up. Ele despia a roupa toda, exceptuando umas ceroulas castanhas, e, em seguida, punha-se de gatas no meio do quarto. Dava-nos um pau e tínhamos de nos sentar nas costas dele. Com os dedos, devíamos mostrar um número entre 1 e 10; se ele não adivinhasse o número certo, o que acontecia sempre, batíamos-lhe tantas vezes com o pau como o número escolhido (…). A mamã estava quase sempre presente durante estes jogos, que se realizavam todas as noites durante cerca de uma hora (…)”
O seu filho mais velho Albert Jr., também, testemunhou que em 1929 ao entrar no apartamento que partilhava com o pai, encontrou debaixo do lava loiça da cozinha uma palmatória feita de forma grosseira, com cerca de 60 cm de comprimento e cravada de pregos na ponta. Estes estavam manchados de sangue. Mais tarde, Jr indaga o pai sobre este achado. Meio renitente o pai confessa-lhe:” Uso-a em mim próprio. De tempos a tempos, sinto essas pulsões irresistíveis e tenho de me livrar delas torturando-me com essa palmatória”.
Mais tarde, Albert Jr presencia o pai a se flagelar com a palmatória. Estava, completamente, nu, de pé, no meio do quarto. Com uma mão marturbava-se e, com a outra, flagelava as costas com a palmatória. A cada pancada, Jr., via o pai a estremecer e a urrar de dor, com o rosto coberto de suor e o sangue a escorrer-lhe pelas nádegas. Os filhos de Albert foram, ao longo da sua infância e puberdade, testemunhas de inúmeros actos bizarros perpetrados pelo pai, não obstante, este nunca submeteu nenhum de seus filhos às suas sevícias. Viram muitas vezes Albert Fish subir a uma colina, que existia perto da casa onde viviam, e gritar: "Eu sou Cristo!".
A mulher de Fish acabou por abandoná-lo, 20 anos depois de se terem casado, para se juntar a outro homem, de nome John Straube. No entanto, alguns anos depois e ainda com o amante, ela pede a Fish para reatarem a relação, ao que ele cede, mas, passado algum tempo, a sua mulher volta a desaparecer para nunca mais ser vista pelos familiares. Os filhos de Fish, diriam mais tarde que o pai depois do abandono da mulher, nunca mais voltaria a ser o mesmo.
Fish, costumava pôr anúncios nos jornais com o intuito de procurar mulheres. Para este efeito usava nomes falsos, os mais frequentes eram Frank Howard, Robert Haydem, Thomas A. Sprague ou Jonh W. Pell. Demonstramos, aqui, extractos dessas cartas:
“Desejaria que pudesse ver-me neste momento. Estou sentado numa cadeira. A dor situa-se nas minhas costas, imediatamente acima das nádegas. Quando me despir, poderá admirar uma forma perfeita. Querido mel do meu coração, já sinto o sabor do seu delicioso mijo, da sua deliciosa caca. Terá de fazer chichi num copo que tragarei à sua frente até à última gota. Diga-me quando quiser fazer a grande sessão. Deitá-la-ei sobre os meus joelhos, para puder levantar a sua saia, baixar a calcinha e colocar a minha boca contra o seu delicioso e grande cu de mel para devorar a sua manteiga de amendoim, mal ela comece a jorrar, fresca e quente ao mesmo tempo. É assim que eles o fazem em Hollywood.”
(1929)
“Minha muito querida e deliciosa queridinha Grace,
Acabo de receber a tua carta onde me chamas querido Robert. Querido mel do meu coração, capturaste-me. Sou teu escravo e tudo o que possuo é teu. Piça – tomates – cu e todo o dinheiro que quiseres. Se ao menos fosses a minha deliciosa esposa, não terias medo de mim. Oh filha do meu coração como te adoraria – e de que forma. Abraços – beijos – açoites e, depois, beijar-te no preciso local onde acabara de te açoitar! O teu delicioso – magnífico – grande cu (…). Nunca mais necessitarás de papel higiénico para secar o teu delicioso e grande cu, porque eu devorarei tudo e depois, lamberei o teu delicioso cu, com a minha língua até ele ficar limpo!”
Robert Hayden
(9 de Novembro de 1934)

O puro masoquismo de Fish faz com que este inflija diversos castigos a si próprio, como, por exemplo, enfiar rosas, com espinhos no escroto e depois comer-lhe as pétalas. Também, colocou, durante vários anos, agulhas em diversas partes do corpo e, em especial, em redor da pélvis e dos órgãos genitais. A 28 de Dezembro de 1934, após a sua prisão, um exame de RX revelaria 27 agulhas perto de regiões, bastante, perigosas, como, por exemplo, junto ao cólon, ao recto ou à vesícula.
Segundo, Albert o seu primeiro assassinato ocorre no ano de 1910 em Wilmington Delaware, no qual a vítima foi torturada e em seguida mutilada.
Entretanto, Albert Fish começara a pintar casas e a decorar interiores para ganhar a vida. Devido a esta profissão, ele viaja por mais de 22 estados norte americanos, onde fica por curtos períodos de tempo. Durante as suas deslocações este abusa, incessantemente, de crianças de baixa condição económica, muitas vezes, negligenciadas pelos pais. Começa, então, a angariar meninos de raça negra, pois além de pertencerem ao mais baixo escalão da sociedade, também, advinha destes a vantagem de não serem levados a sério pela polícia quando apresentavam queixas. Neste granjear paga, por diversas vezes, a uma rapariguinha negra 5 dólares para que ela lhe traga meninos. Foi, desta forma, que Fish pôde, durante algum tempo, perpetrar os seus crimes sem que a polícia revelasse grande interesse na investigação destes casos. Muitos serial killers adoptam esta linha de actuação atacando os mais desfavorecidos, como por exemplo: prostitutas, pessoas que vivem na rua - "sem - abrigo", idosos e crianças.
Albert confessou, anos depois, às autoridades que tinha espalhado a morte por 23 estados diferentes "de New York a Montana eu tive crianças em cada um desses estados". Por vezes, ele tinha que abandonar, rapidamente, estas regiões "porque começavam a circular boatos a propósito de desaparecimentos de crianças". (Albert Fish, 1899)
Fish foi preso, oficialmente, 8 vezes entre os anos de 1902 e 1933 devido a fraudes, desvio de dinheiro, cheques sem provisão e por escrever cartas obscenas. Também, passa algum tempo em instituições psiquiátricas. Em 1930 dá entrada num hospital psiquiátrico para sair ao fim de um mês com o diagnóstico: Não é louco, nem perigoso; personalidade psicopática, de carácter sexual” (cit. Bourgoin, 1997).
Por causa do assassinato de Grace Budd é que foi preso e condenado à morte.
Edward Budd, um jovem de 18 anos, desejoso de trabalhar e contribuir para os gastos da casa resolve por um anúncio no jornal New York World, no dia 25 de Maio de 1928. No dia seguinte bateu-lhe à porta um senhor de idade chamado Frank Howard. Este homem desejava contratar Edward para trabalhar na sua quinta.
Henry Fish, que se fez passar por Frank, tinha como objectivo primordial enganar o jovem Budd, depois levá-lo para uma casa, previamente escolhida para a ocasião, e abandoná-lo castrado a esvaziar-se em sangue. No entanto, ao ir a casa dos Budd e ao avistar a pequena Grace, uma menina de 8 anos, deixou-se encantar e decidiu, no momento, levá-la a ela. Fish foi invadido por uma vontade incontrolável de incorporar aquela criatura pequenina de cabelos negros e boca muito vermelha.
De manhã às 11 horas, Howard chega a casa de Grace levando um queijo fresco e morangos. Consegue enganar toda a família e leva a menina. Dez anos mais tarde escreve uma carta à família Budd onde explica, ao pormenor, tudo o que fez com a criança.
“Cara Miss Budd,
(…) No domingo 3 de Junho de 1928, fui a sua casa, no nº 406 da rua 15 oeste. Levara comigo queijo e morangos. Almoçamos juntos. Grace sentou-se no meu colo para me beijar e eu estava decidido a comê-la. Inventei um aniversário e a senhora autorizou- a acompanhar-me. Levei-a para uma casa abandonada no Westchester que eu descobrira. Quando lá chegamos, pedi-lhe que ficasse no lado de fora e ela foi colher flores silvestres. No 1º andar, despi-me, completamente, para evitar as manchas de sangue. Quando tudo estava pronto, fui à janela para pedir à Grace que viesse ter comigo. Escondi-me num armário até ela chegar. Quando me viu todo nu, começou a chorar e quis fugir. Apanhei-a e ela ameaçou contar tudo à mamã. Despi-a. Ela debateu-se muito, mordendo-me e arranhando-me. Estrangulei-a antes de a cortar aos bocadinhos para levar a carne dela para minha casa, a fim de a cozer e comer. Não posso dizer-lhe a que ponto o seu cuzinho assado no forno era tenro e delicioso. Demorei 9 dias a comê-la toda. Não a fodi, embora tivesse tido oportunidade, se tivesse querido. Ela morreu virgem” (cit, Bourgoin, 1997).
Albert Fish além de se revelar um psicopata de carácter sexual, também, apresenta diversas parafilias como, por exemplo, pedofilia; cropofagia; saomasoquismo; canibalismo; necrofagia…etc.
Como podemos verificar, por meio da sua correspondência, não só Albert Fish, como o todo o seu seio familiar eram, absolutamente, perversos. Basta pensar que muitos dos jogos familiares eram presenciados não só pelos mais pequenos, mas pelos adultos, que eram responsáveis por eles. O facto de Albert se auto-intitular de pai de uma neta sua, só por si já diz muito… a par de outras situações, nomeadamente, a forma como ele exprimia as suas fantasias sexuais nas cartas obscenas que escrevia a mulheres desconhecidas.
Durante toda a vida, Fish foi e esteve inserido em ambientes, totalmente, despidos de afecto e ricos em perversão, ambiguidades, violência, crimes, obscuridade e, acima de tudo, sem qualquer resquício de valores ou de respeito pela vida humana.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Espelho da Vida, Espelho de Morte

De louvável doutrina, a meio catalisador de consequências imprevisíveis, o jornalismo encerra em si o eixo entre o bem e o mal. Por ele pode passar o que há de mais lírico e belo, ao que prolifera de mais vil e deplorável. Mas como mero observador, nunca lhe pode ser imputado dolo.
Produzida por bons e maus homens, para maus e bons receptores, a comunicação social não é mais que uma extensão da sociedade.
Depende mais do crime que o crime depende dela mas, se necessário fosse, também passavam um sem o outro.
No entanto, é no perverso fascínio que o homem nutre pelo grotesco e (infortunadamente) pela infortuna alheia, que se apoia um jornalismo contemporâneo, tragicamente cada vez menos sensacionalista. É que a realidade é cada vez mais monstruosa.
Neste contexto, quase poderíamos dividir as notícias de cada manhã, tarde ou noite, em inofensivas e nocivas. As primeiras constituem a grande maioria de tudo o que é noticiado, desde relativas a economia, desporto, política, cultura, cidadania e mesmo as que relatam acidentes e catástrofes. As segundas, quase sempre inseridas no campo da criminologia, poderão ter repercussão lesiva, dependendo de variáveis de como a informação é transmitida, que matéria é abordada e, sobretudo, por quem é assimilada. Estou convicto de que há, efectivamente, um perigoso efeito de mimetismo despoletado por determinadas notícias em determinados receptores. Tomemos como exemplo o frenesim dos fogos florestais a cada Verão que passa. Sendo a grande maioria dos sinistros de origem criminosa, é crível que muitos destes sejam ateados, justamente, por acção indirecta dos media. Nos meses de sol, a actualidade política decresce, o enfoque informativo centra-se em matérias outrora não prioritárias, sejam fait-divers, novelas do crime real ou epifenómenos sazonais como os incêndios. Com a janela de oportunidade despoletada pelo destaque dado aos primeiros lumes, o pirómano mais leviano também quer ver as chamas do “seu fogo” na televisão e está lançado o rastilho para uma lamentável mania de idiotice gratuita; do Gerês a Monchique, para vigorar até Setembro. Não sejamos simplistas ao ponto de culpabilizarmos cada telejornal veraneante como fósforo para os incêndios da madrugada seguinte, mas que fomentam uma dinâmica de causa/efeito em mentes fracas/obscenas, disso não me parecem existir dúvidas.
A dissertação acima apenas serve para especular sobre a eventual propensão tornada nefasta de uma actividade tão nobre como o jornalismo. Em próximos ocasiões, exploraremos outros ângulos obscuros que um jornal, rádio, televisão ou serviço cibernético noticioso poderá assumir. E aí as vítimas não serão apenas eucaliptos ou roedores do mato.

sábado, 1 de março de 2008

Artigo: M.O. vs Signature Aspects of a Crime Scene

Generally, the term modus operandi (M.O.) represents the functional components which are necessary for an offender to be successful in committing a crime (Keppel, 1997; Douglas et al. 1992). Historically, M.O. has been used to link cases because offenders will use similar methods during the commission of their crimes. M.O. can include factors such as; a time of day or location an offender chooses to strike, the type of victim, points or techniques for gaining entry, as well as tools used for committing the crime. However, M.O. can change over time as offenders become more experienced or learn new techniques that will make them more successful or lower their chances of being identified. For example, an offender may always strike at night, gaining entry to the location by using a glasscutter and shooting a victim. This can completely change however, if the offender learns that using a suction cup with the glasscutter and a knife to kill the victim will create less noise. Again, everything mentioned above are factors that are necessary to commit the crime. Signature aspects on the other hand, are behaviors that go beyond what is necessary to commit the crime and fulfill a psychological need of the offender. Unlike M.O., signature aspects are stable over time and will be witnessed at each crime scene throughout a series. Although there may be subtle differences from crime to crime, there will be an evident theme. As this theme represents a psychological need of the offender, signature seems to be based heavily upon, and reflect the offender's fantasies. Signature aspects are symbolic and hold special significance to the offender, and may not be understood by anyone other than the offender. If over a series of murders the victim's arms are left crossed upon their chests, this is significant to the offender and goes beyond what is necessary to commit the crime. The actual reason or meaning may not be understood by investigators, but there is a clear indication that each of these crimes were committed by the same offender for whom the crossing of the arms does have significance.I would like to begin a section here to list signature aspects that our visitors have some across while reading about or researching the topic. If you have others to add to this list, please e-mail me and I will post them here.Signature ExamplesAn offender forced a victim to call her husband and ask that he come home for some reason. When the husband arrived, he was tied to a chair and forced to watch as the offender raped his wife. (Douglas et al., 1992)ReferencesDouglas, J.E., Burgess, A.W., Burgess, A.G., & Ressler, R.K. (1992). Crime classification manual: A standard system for investigating and classifying violent crimes. San Francisco, CA: Jossey-Bass. Keppel, R.D., & Birnes, W.J. (1997). Signature killers: Interpreting the calling cards of the serial murderer. New York, NY: Pocket Books.