quinta-feira, 3 de abril de 2008

Biografia de um dos mais perversos Serial Killers do século XX

“A dor é magnífica, ao menos que não doesse tanto” (cit. Bourgoin, 1997).
No ano de 1870 nasce Hamilton Fish em Washington D.C., no dia 19 de Maio.
Aos 5 anos o seu pai morre e a mãe vê-se obrigada a interná-lo num orfanato, pois não possui recursos económicos que permitiam mantê-lo. No orfanato, Fish é submetido a vários abusos de cariz físico e sexual, o que deve ter contribuído, em grande parte, para o desenvolvimento do gosto pela perversidade e pelo sadomasoquismo. Albert é, frequentemente, castigado pelo director do orfanato, o qual, açoita as crianças despidas. O pequeno Fish sente um prazer enorme ao ser castigado, de tal forma, que os colegas o gozam, pois as flagelações provocam-lhe sempre uma erecção. “Sempre tive vontade de infligir dor aos outros e de que os outros me fizessem sofrer também. Durante toda a minha vida, adorei tudo o que magoava” (Fish, 1880). No entanto, há que, também, ter em conta os seus antecedentes familiares ou genéticos; pois foram vários os elementos da sua família mais próxima (7 de parentesco directo) que padeceram de distúrbios mentais, alguns acabaram os seus dias em instituições de saúde mental.
Aos 9 anos, quando a mãe vai buscá-lo ao orfanato, ele caí de uma cerejeira e magoa-se, seriamente, na cabeça.
Hamilton Fish acaba o liceu com 15 anos e, por volta, dessa altura, resolve mudar de nome devido ao constante gozo a que era submetido pelos colegas que lhe chamavam "Ham and Eggs". Muda para - Albert Fish.
Em 1882, Fish conhece um jovem telegrafista que o excita contando-lhe histórias acerca das suas aventuras sexuais nos bordeis. Inicia uma relação homossexual com este indivíduo que o inicia, também, noutras práticas como, por exemplo, beber urina e comer excrementos.
Por volta de 1890 fixa-se em New York e torna-se prostituto. Nesta época ele começa a frequentar os banhos públicos e as piscinas no intuito de observar as crianças. É durante este período que ele viola o seu primeiro miúdo.
O ano de 1898 é marcado por uma ida a um museu de cera onde contempla um quadro médico que apresenta a bissecção de um pénis. Este quadro afecta-o, de tal forma, que ele retorna, vezes sem conta, a este museu, onde fica horas diante do falo cortado em dois.
Um ano depois, Albert Fish casa-se com uma rapariga 9 anos mais nova do que ele. Deste matrimónio iriam nascer 6 filhos. Temos que registar, aqui, que Fish foi sempre um bom pai para os filhos. Embora, muitas vezes, se afirma que um psicopata não se interessa pelos filhos e que no máximo finge comportamentos de afecto, quando está na presença de estranhos ao ciclo familiar mais restrito, pois no anonimato do lar essa necessidade de preservar a sua imagem desaparece. Isso não quer dizer que não defenda a sua prol. Esta situação acontece, não por os amar como filhos, mas porque estes são parte de si mesmo. Desta forma, pode suceder que o psicopata acarinhe os filhos e, outros descendentes, não por razões altruístas, mas por razões, puramente, egoístas.
Fish, também, adorava os seus 5 netos, no entanto, sempre de uma forma perversa como demonstra uma carta dirigida à pequena Mary Nichols. Expomos aqui alguns excertos: “Minha querida e adorada Mary, a queridinha do papá.
Recebi a tua adorável cartinha. Há muito que deveria ter-te respondido (…). Assim, a minha queridinha adorada vai fazer 18 anos no dia 28, gostaria muito de estar presente, porque sabes muito bem o que te daria. Esperaria que estivesses deitada na tua cama, para ir ministrar-te 18 boas palmadas no teu traseiro nu (…). Espero que a tua querida mamã que adoro e continuo a amar esteja bem.”
Anos depois Mary Nichols foi chamada a depor como testemunha de defesa do avó: “Nessa época eu tinha 12 anos e ele obrigava-nos a jogar ao Buck Buck, How many hands up. Ele despia a roupa toda, exceptuando umas ceroulas castanhas, e, em seguida, punha-se de gatas no meio do quarto. Dava-nos um pau e tínhamos de nos sentar nas costas dele. Com os dedos, devíamos mostrar um número entre 1 e 10; se ele não adivinhasse o número certo, o que acontecia sempre, batíamos-lhe tantas vezes com o pau como o número escolhido (…). A mamã estava quase sempre presente durante estes jogos, que se realizavam todas as noites durante cerca de uma hora (…)”
O seu filho mais velho Albert Jr., também, testemunhou que em 1929 ao entrar no apartamento que partilhava com o pai, encontrou debaixo do lava loiça da cozinha uma palmatória feita de forma grosseira, com cerca de 60 cm de comprimento e cravada de pregos na ponta. Estes estavam manchados de sangue. Mais tarde, Jr indaga o pai sobre este achado. Meio renitente o pai confessa-lhe:” Uso-a em mim próprio. De tempos a tempos, sinto essas pulsões irresistíveis e tenho de me livrar delas torturando-me com essa palmatória”.
Mais tarde, Albert Jr presencia o pai a se flagelar com a palmatória. Estava, completamente, nu, de pé, no meio do quarto. Com uma mão marturbava-se e, com a outra, flagelava as costas com a palmatória. A cada pancada, Jr., via o pai a estremecer e a urrar de dor, com o rosto coberto de suor e o sangue a escorrer-lhe pelas nádegas. Os filhos de Albert foram, ao longo da sua infância e puberdade, testemunhas de inúmeros actos bizarros perpetrados pelo pai, não obstante, este nunca submeteu nenhum de seus filhos às suas sevícias. Viram muitas vezes Albert Fish subir a uma colina, que existia perto da casa onde viviam, e gritar: "Eu sou Cristo!".
A mulher de Fish acabou por abandoná-lo, 20 anos depois de se terem casado, para se juntar a outro homem, de nome John Straube. No entanto, alguns anos depois e ainda com o amante, ela pede a Fish para reatarem a relação, ao que ele cede, mas, passado algum tempo, a sua mulher volta a desaparecer para nunca mais ser vista pelos familiares. Os filhos de Fish, diriam mais tarde que o pai depois do abandono da mulher, nunca mais voltaria a ser o mesmo.
Fish, costumava pôr anúncios nos jornais com o intuito de procurar mulheres. Para este efeito usava nomes falsos, os mais frequentes eram Frank Howard, Robert Haydem, Thomas A. Sprague ou Jonh W. Pell. Demonstramos, aqui, extractos dessas cartas:
“Desejaria que pudesse ver-me neste momento. Estou sentado numa cadeira. A dor situa-se nas minhas costas, imediatamente acima das nádegas. Quando me despir, poderá admirar uma forma perfeita. Querido mel do meu coração, já sinto o sabor do seu delicioso mijo, da sua deliciosa caca. Terá de fazer chichi num copo que tragarei à sua frente até à última gota. Diga-me quando quiser fazer a grande sessão. Deitá-la-ei sobre os meus joelhos, para puder levantar a sua saia, baixar a calcinha e colocar a minha boca contra o seu delicioso e grande cu de mel para devorar a sua manteiga de amendoim, mal ela comece a jorrar, fresca e quente ao mesmo tempo. É assim que eles o fazem em Hollywood.”
(1929)
“Minha muito querida e deliciosa queridinha Grace,
Acabo de receber a tua carta onde me chamas querido Robert. Querido mel do meu coração, capturaste-me. Sou teu escravo e tudo o que possuo é teu. Piça – tomates – cu e todo o dinheiro que quiseres. Se ao menos fosses a minha deliciosa esposa, não terias medo de mim. Oh filha do meu coração como te adoraria – e de que forma. Abraços – beijos – açoites e, depois, beijar-te no preciso local onde acabara de te açoitar! O teu delicioso – magnífico – grande cu (…). Nunca mais necessitarás de papel higiénico para secar o teu delicioso e grande cu, porque eu devorarei tudo e depois, lamberei o teu delicioso cu, com a minha língua até ele ficar limpo!”
Robert Hayden
(9 de Novembro de 1934)

O puro masoquismo de Fish faz com que este inflija diversos castigos a si próprio, como, por exemplo, enfiar rosas, com espinhos no escroto e depois comer-lhe as pétalas. Também, colocou, durante vários anos, agulhas em diversas partes do corpo e, em especial, em redor da pélvis e dos órgãos genitais. A 28 de Dezembro de 1934, após a sua prisão, um exame de RX revelaria 27 agulhas perto de regiões, bastante, perigosas, como, por exemplo, junto ao cólon, ao recto ou à vesícula.
Segundo, Albert o seu primeiro assassinato ocorre no ano de 1910 em Wilmington Delaware, no qual a vítima foi torturada e em seguida mutilada.
Entretanto, Albert Fish começara a pintar casas e a decorar interiores para ganhar a vida. Devido a esta profissão, ele viaja por mais de 22 estados norte americanos, onde fica por curtos períodos de tempo. Durante as suas deslocações este abusa, incessantemente, de crianças de baixa condição económica, muitas vezes, negligenciadas pelos pais. Começa, então, a angariar meninos de raça negra, pois além de pertencerem ao mais baixo escalão da sociedade, também, advinha destes a vantagem de não serem levados a sério pela polícia quando apresentavam queixas. Neste granjear paga, por diversas vezes, a uma rapariguinha negra 5 dólares para que ela lhe traga meninos. Foi, desta forma, que Fish pôde, durante algum tempo, perpetrar os seus crimes sem que a polícia revelasse grande interesse na investigação destes casos. Muitos serial killers adoptam esta linha de actuação atacando os mais desfavorecidos, como por exemplo: prostitutas, pessoas que vivem na rua - "sem - abrigo", idosos e crianças.
Albert confessou, anos depois, às autoridades que tinha espalhado a morte por 23 estados diferentes "de New York a Montana eu tive crianças em cada um desses estados". Por vezes, ele tinha que abandonar, rapidamente, estas regiões "porque começavam a circular boatos a propósito de desaparecimentos de crianças". (Albert Fish, 1899)
Fish foi preso, oficialmente, 8 vezes entre os anos de 1902 e 1933 devido a fraudes, desvio de dinheiro, cheques sem provisão e por escrever cartas obscenas. Também, passa algum tempo em instituições psiquiátricas. Em 1930 dá entrada num hospital psiquiátrico para sair ao fim de um mês com o diagnóstico: Não é louco, nem perigoso; personalidade psicopática, de carácter sexual” (cit. Bourgoin, 1997).
Por causa do assassinato de Grace Budd é que foi preso e condenado à morte.
Edward Budd, um jovem de 18 anos, desejoso de trabalhar e contribuir para os gastos da casa resolve por um anúncio no jornal New York World, no dia 25 de Maio de 1928. No dia seguinte bateu-lhe à porta um senhor de idade chamado Frank Howard. Este homem desejava contratar Edward para trabalhar na sua quinta.
Henry Fish, que se fez passar por Frank, tinha como objectivo primordial enganar o jovem Budd, depois levá-lo para uma casa, previamente escolhida para a ocasião, e abandoná-lo castrado a esvaziar-se em sangue. No entanto, ao ir a casa dos Budd e ao avistar a pequena Grace, uma menina de 8 anos, deixou-se encantar e decidiu, no momento, levá-la a ela. Fish foi invadido por uma vontade incontrolável de incorporar aquela criatura pequenina de cabelos negros e boca muito vermelha.
De manhã às 11 horas, Howard chega a casa de Grace levando um queijo fresco e morangos. Consegue enganar toda a família e leva a menina. Dez anos mais tarde escreve uma carta à família Budd onde explica, ao pormenor, tudo o que fez com a criança.
“Cara Miss Budd,
(…) No domingo 3 de Junho de 1928, fui a sua casa, no nº 406 da rua 15 oeste. Levara comigo queijo e morangos. Almoçamos juntos. Grace sentou-se no meu colo para me beijar e eu estava decidido a comê-la. Inventei um aniversário e a senhora autorizou- a acompanhar-me. Levei-a para uma casa abandonada no Westchester que eu descobrira. Quando lá chegamos, pedi-lhe que ficasse no lado de fora e ela foi colher flores silvestres. No 1º andar, despi-me, completamente, para evitar as manchas de sangue. Quando tudo estava pronto, fui à janela para pedir à Grace que viesse ter comigo. Escondi-me num armário até ela chegar. Quando me viu todo nu, começou a chorar e quis fugir. Apanhei-a e ela ameaçou contar tudo à mamã. Despi-a. Ela debateu-se muito, mordendo-me e arranhando-me. Estrangulei-a antes de a cortar aos bocadinhos para levar a carne dela para minha casa, a fim de a cozer e comer. Não posso dizer-lhe a que ponto o seu cuzinho assado no forno era tenro e delicioso. Demorei 9 dias a comê-la toda. Não a fodi, embora tivesse tido oportunidade, se tivesse querido. Ela morreu virgem” (cit, Bourgoin, 1997).
Albert Fish além de se revelar um psicopata de carácter sexual, também, apresenta diversas parafilias como, por exemplo, pedofilia; cropofagia; saomasoquismo; canibalismo; necrofagia…etc.
Como podemos verificar, por meio da sua correspondência, não só Albert Fish, como o todo o seu seio familiar eram, absolutamente, perversos. Basta pensar que muitos dos jogos familiares eram presenciados não só pelos mais pequenos, mas pelos adultos, que eram responsáveis por eles. O facto de Albert se auto-intitular de pai de uma neta sua, só por si já diz muito… a par de outras situações, nomeadamente, a forma como ele exprimia as suas fantasias sexuais nas cartas obscenas que escrevia a mulheres desconhecidas.
Durante toda a vida, Fish foi e esteve inserido em ambientes, totalmente, despidos de afecto e ricos em perversão, ambiguidades, violência, crimes, obscuridade e, acima de tudo, sem qualquer resquício de valores ou de respeito pela vida humana.